quinta-feira, dezembro 13, 2012

A Caixa


(Algumas palavras sobre os sonhos que temos, sufocados em nossos armários, fingindo que não estão mais ali)

Sinto as correntes imateriais que me prendem
Surgem cada vez mais correntes a medida que o tempo passa
Elas pesam... e dói quando eu olho o céu.
Queria romper o céu, sem as minhas amarras... e ir

Livre... ir

O diamante está guardado onde só eu posso achar
E como um vício pela dor, eu olho dentro da caixa mais uma vez.
Só mais uma vez...
A dor é a minha força criativa. Me enche de vida e a vida dói
Mas preenche os espaços em aberto

Fecho a caixa e rio vitoriosa sobre o controle que acho que tenho
Coloco os pés a um suspiro do abismo e olho para baixo...
Um auto teste masoquista para provar para mim
Que tenho tudo sob controle, mesmo sabendo estar por um fio de me deixar escapar.

Paro quase no último centímetro de pedra sob meus pés.
Guardo a caixa.
Mais algumas horas, talvez dias de devaneio
Olhando o céu, imaginando como seria passar por entre as grades
Romper o espaço entre o que eu devo e o que eu quero

Livre... ir


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